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PALAVRAS DA FONOAUDIÓLOGA E MÃE MARILUCE

Eu não vou mudar meu filho porque é autista; eu prefiro mudar o mundo, e fazer um mundo melhor; pois é mais fácil meu filho entender o mundo, do que o mundo entender meu filho.

ESTOU SEMPRE NA BUSCA DE CONHECIMENTOS PARA AJUDAR MEU FILHO E PACIENTES. NÃO SOU ADEPTA DE NENHUM MÉTODO ESPECÍFICO, POIS PREFIRO ACREDITAR NOS SINAIS QUE CADA CRIANÇA DEMONSTRA. O MAIS IMPORTANTE É DEIXÁ-LOS SEREM CRIANÇAS, ACEITAR E AMAR O JEITO DIFERENTE DE SER DE CADA UM, POIS AFINAL; CADA CASO É UM CASO E PRECISAMOS RESPEITAR ESSAS DIFERENÇAS. COMPARAÇÃO? NÃO FAÇO NENHUMA. ISSO É SOFRIMENTO. MEU FILHO É ÚNICO, ASSIM COMO CADA PACIENTE.
SEMPRE REPASSO PARA OS PAIS - INFORMAÇÕES, ESTRATÉGIAS, ACOMODAÇÕES E PEÇO GENTILMENTE QUE "ESTUDEM" E NÃO FIQUEM SE LUDIBRIANDO COM "ESTÓRIAS" FANTASIOSAS DA INTERNET. PREFIRO VIVER O DIA APÓS DIA COM A CERTEZA DE QUE FAÇO O MELHOR PARA MEU FILHO E PACIENTES E QUE POSSO CONTAR COM OS MELHORES TERAPEUTAS - OS PAIS.

Por Mariluce Caetano Barbosa




COMO DEVO LIDAR COM MEU FILHO AUTISTA?

Comece por você, se reeduque, pois daqui pra frente seu mundo será totalmente diferente de tudo o que conheceu até agora. Se reeducar quer dizer: fale pouco, frases curtas e claras; aprenda a gostar de musicas que antes não ouviria; aprenda a ceder, sem se entregar; esqueça os preconceitos, seus ou dos outros, transcenda a coisas tão pequenas. Aprenda a ouvir sem que seja necessário palavras; aprenda a dar carinho sem esperar reciprocidade; aprenda a enxergar beleza onde ninguém vê coisa alguma; aprenda a valorizar os mínimos gestos. Aprenda a ser tradutora desse mundo tão caótico para ele, e você também terá de aprender a traduzir sentimentos, um exemplo disso: "nossa, meu filho tá tão agressivo", tradução: ele se sente frustrado e não sabe lidar com isso, ou está triste, ou apenas não sabe te dizer que ele não quer mais te ver chorando por ele.

domingo, 9 de março de 2014

MEU ANJO NÃO QUER POR ROUPA ALGUÉM PASSA POR ISSO TAMBÉM!

Todos já ouviram falar da integração sensorial, processamento sensorial, transtorno no processamento sensorial.

É a dificuldade que a criança tem em receber, organizar, processar e filtrar os estímulos externos vindos do ambiente através da audição, paladar, olfato e visão.
E também as sensações internas no seu corpo vindas do sistema proprioceptivo, aquele que dá a sensação do nosso corpo no espaço, nos dá a percepção da força muscular. ( É uma função das terminações dos músculos e tendões que sentem com quanta força os músculos estão tracionando e a rapidez com que o músculo esta sendo estirado diretamente ligado à movimentação ativa.
Outra sensação interna vem do sistema vestibular que tem como função dar  consciência e apreciação da posição da cabeça no espaço guiando o inter-relacionamento com o mundo externo. Equilíbrio e postura são funções combinadas dos sistemas visual, tátil, proprioceptivo e vestibular O olhar é direcionado através de movimentos compensatórios dos olhos em resposta à movimentação da cabeça, por ex: quando andamos á cavalo e olhamos para o horizonte este não fica trotando com o cavalo, não é mesmo; então preserva um plano constante de visão através do controle da posição dos olhos.
Os cinco sistemas sensoriais (auditivo, visual, vestibular, proprioceptivo e táctil) dão as bases para o desenvolvimento das capacidades funcionais básicas que permitirão o desenvolvimento de habilidades mais complexas.
Um transtorno nessa área resulta em alterações em nosso comportamento e imaginem no comportamento das crianças com autismo. Elas recebem todos esses estímulos de uma vez e com grande intensidade, sem filtro, ficando para eles muito difícil, receber, organizar e selecionar o que é importante nas situações de sua vida daria.
Isso deriva em déficit de atenção, alterações emocionais como grito, agressividade, organização e planejamento ao realizar tarefas do dia a dia, como alimentação, vestir-se, despir-se, ir ao banheiro, brincar.
E para algumas crianças com muita sensibilidade a esses estímulos sensoriais podem resultar em fuga das atividades e agitação, angústia, medo e confusão, uma das razões do porquê as crianças se isolam e apresentam movimentos repetitivos e interesses restritos. Buscam previsibilidade nesse mundo imprevisível.
E tudo isso chamam de  Comportamento Difícil, rs… até eu teria, ou não?
Estamos chegando onde eu quero chegar.
Modulação do sistema sensorial
A forma como os sistemas sensoriais processam o estímulo afetam a qualidade da capacidade da criança responder de maneira adaptativa, harmoniosa.
Modulação sensorial é um  processo complexo do sistema nervoso central o qual manda mensagens neuronais que nos dá  informações sobre a intensidade do estímulo, a  frequência, o tempo (duração),a complexidade e esses estímulos são ajustados e organizados.
Algumas alterações decorrentes de problemas na modulação sensorial: defensibilidade táctil, defensibilidade auditiva, insegurança gravitacional, inquietação motora, defensibilidade oral, defensibilidade olfatória, desordem do déficit de atenção.
Defensividade Sensorial (hipersensibilidade sensorial)
 A criança se defende dos estímulos, e observamos que ele recusa a usar certos tipos de roupas, se incomoda com costuras e bordados nas camisetas, as camisetas ás vezes tem uma estampa linda, mas o avesso é áspero e a criança não que vesti-la.
A criança é hipersensível a certas sensações na pele como dor e temperatura. E  nunca deve ser forçada a tocar em algo que ela não queira, se não gosta de pisar na areia, não pise. A criança poderá ter aversão à atividade ou ás pessoas e lugares relacionados desenvolvendo o medo como resultado.
Recusa também alimentos de certas texturas, não gosta de atividades as quais seu pé não esteja no chão evitando balanços.
 Sintomas de Defensividade Tátil: 
  • Dificuldade vestir roupas feitas de  diferentes materiais, dá coceira
  • Costuras e etiquetas de roupas e meias incomodam muito
  • Não gosta de dobrar a blusa comprida ou calça
  •  Solicita a troca das fraldas imediatamente
  •  Não gosta de toque inesperado, beijos, abraços
  •  Não gosta andar descalço na areia, grama,terra
  •  Evitar meias e sapatos novos(devido a costura ou sapato apertado)
  •  Evita multidões ou grandes salas cheias de pessoas
  •  Não gostam de escovar os dentes,pentear o cabelo,cortar as unhas
  •  Não gostam de ser ficar sujos
 Hiposensibilidade sensorial 
É quando a criança parece não perceber certos estímulos sendo isso uma dificuldade na modulação, por ex: podem não notar que estão sendo tocados, gostam de brincadeiras mais sedentárias e parece não perceber sons e outros estímulos visuais tão visíveis para outros.
O que essa criança precisa é compreensão de como está se sentindo e o que ela precisa para se concentrar. Erroneamente pessoas interpretam como incapacidade em realizar certas atividades ou recusa da tarefa e interpretam como falta de concentração e confundem com TDAH, mas na verdade é que  eles não podem, ainda é muito difícil.
DISFUNÇÃO TÁTIL
Não reconhece as sensações de toque menos intensa, parece não sentir quando se machucam, não se incomodam ou percebem quando estão sujos ou molhados, quer sentir tudo e qualquer coisa, parece não sentir frio, nem calor, chuva ou vento, não percebem que os outros sentem dor, em grupo pode ferir seus amigos sem querer, podem brigar por ter reações exageradas ao toque.
Outros sintomas são: Pobre habilidades motoras finas e problemas terminar tarefas, tais como despir/vestir calças, meias, blusas e manejo de botões, zipers.Dificuldade em manejar tesoura, lápis, Dificuldade em definir características dos objetos como peso, tamanho, textura, temperatura, dificuldade em reconhecer objetos apenas sentindo( estereognosia)
Sintomas da busca Sensorial:
  • Busca tocar, cócegas, massagens nas costas, e abraços
  • Pode morder, beliscar, ou bater a cabeça
  • Necessidade de tocar e sentir tudo no ambiente,  superfícies macias ou lisa
  • Gosta de atividades que tenham lutas e brigas
  • Gosta da sensação de objetos que possuem vibrações
  • Alta tolerância a calor e frio
  • Prefere ficar sem meias e sapatos
A pergunta:
Meu anjo não quer por roupa alguém passa por isso também!
Sonia Falcão vc é Terapeuta ocupacional? Pode orientar o grupo?
Meu comentário:
  • Olá querido grupo, estou até agora escrevendo um post no blog antes de responder à vocês. O que estamos falando e eu estou lendo é que é muito comum esse tipo de comportamento entre nossos anjos. muitas vezes e é a versão que eu acredito apesar de não conhecer as crianças e os jovens do grupo. É uma questão sensorial
  •  O post que escrevi está relacionada as dificuldades da criança com defensividade tátil e dificuldade na modulação dos estímulos sensoriais.
     
  •  O que tenho a dizer e que está ando muito resultado é a escovação, que é feita com uma escovinha cirúrgica que os médicos usam para lavar as mãos.Podemos encontrar nas casas que vendem material cirúrgico. O protocolo de escovação tem o nome de Wilbarger.
  •  Protocolo Wilbarger,  http://autismoencanta.wordpress.com/2012/04/19/terapia-da-escovacao-protocolo-wilbarger/ é um programa de terapia destinada a reduzir a defensiva sensorial ou tátil. As crianças que apresentam sintomas de defensividade tátil são extremamente sensíveis ao toque. Isso pode causar um medo ou resistência ao ser tocado, dificuldade de transição entre as atividades e / ou letargia. A terapia foi desenvolvida por Patricia Wilbarger, médica e terapeuta ocupacional.
  •  Eu faço a escovação nas crianças 2 a 3 vezes por dia, a criança deve permitir. Na prática percebo que se cantamos junto com a escovação é mais fácil a permissão.
  •  Outra técnica que funciona muito é a atitude no momento. Por exemplo, quando estamos na sessão e a criança tira a roupa, imediatamente a brincadeira “murcha e para” Ah, a Sonia não brinca com criança sem roupa, vc pode colocar… eu ajudo. Ela recusa, então eu falo que vou colocar a cueca ao lado e daqui 5 min vou ajudar colocar. Utilizo a técnica 3, 2 ,1 são três toques, relembrando o que vamos fazer. Fazendo a contagem regressiva estaremos ajudando a criança se preparar para o que estar por vir
  •  Pessoal, é difícil falar para um grupo que tem histórias tão iguais e tão diferentes. As vezes o jeito que vocês lidam com esa situação pode desencadear a continuidade desse comportamento. Temos que avaliar três aspectos, o primeiro, se é dificuldade sensorial mesmo (hipersensibilidade tátil), segundo se é busca por uma reação do adulto e terceiro se é auto regulação (algo necessário para seu bem estar).
  •  Como tantas famílias falaram a paciência, ou melhor a serenidade nessa situação deve ser o grande Tom. Isso passa conforme as crianças vão crescendo e vivendo e experimentando coisas desse mundo. Mas a que custo? Nossa percepção do que está acontecendo vem depois da sensação ruim que muda nosso comportamento. Por ex: sentimos uma coceira insuportável que nos deixa louca, rs antes de perceber que um pernilongo picou nossa perna.
http://autismoencanta.wordpress.com/2013/11/24/meu-anjo-nao-quer-por-roupa-alguem-passa-por-isso-tambem/

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