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PALAVRAS DA FONOAUDIÓLOGA E MÃE MARILUCE

Eu não vou mudar meu filho porque é autista; eu prefiro mudar o mundo, e fazer um mundo melhor; pois é mais fácil meu filho entender o mundo, do que o mundo entender meu filho.

ESTOU SEMPRE NA BUSCA DE CONHECIMENTOS PARA AJUDAR MEU FILHO E PACIENTES. NÃO SOU ADEPTA DE NENHUM MÉTODO ESPECÍFICO, POIS PREFIRO ACREDITAR NOS SINAIS QUE CADA CRIANÇA DEMONSTRA. O MAIS IMPORTANTE É DEIXÁ-LOS SEREM CRIANÇAS, ACEITAR E AMAR O JEITO DIFERENTE DE SER DE CADA UM, POIS AFINAL; CADA CASO É UM CASO E PRECISAMOS RESPEITAR ESSAS DIFERENÇAS. COMPARAÇÃO? NÃO FAÇO NENHUMA. ISSO É SOFRIMENTO. MEU FILHO É ÚNICO, ASSIM COMO CADA PACIENTE.
SEMPRE REPASSO PARA OS PAIS - INFORMAÇÕES, ESTRATÉGIAS, ACOMODAÇÕES E PEÇO GENTILMENTE QUE "ESTUDEM" E NÃO FIQUEM SE LUDIBRIANDO COM "ESTÓRIAS" FANTASIOSAS DA INTERNET. PREFIRO VIVER O DIA APÓS DIA COM A CERTEZA DE QUE FAÇO O MELHOR PARA MEU FILHO E PACIENTES E QUE POSSO CONTAR COM OS MELHORES TERAPEUTAS - OS PAIS.

Por Mariluce Caetano Barbosa




COMO DEVO LIDAR COM MEU FILHO AUTISTA?

Comece por você, se reeduque, pois daqui pra frente seu mundo será totalmente diferente de tudo o que conheceu até agora. Se reeducar quer dizer: fale pouco, frases curtas e claras; aprenda a gostar de musicas que antes não ouviria; aprenda a ceder, sem se entregar; esqueça os preconceitos, seus ou dos outros, transcenda a coisas tão pequenas. Aprenda a ouvir sem que seja necessário palavras; aprenda a dar carinho sem esperar reciprocidade; aprenda a enxergar beleza onde ninguém vê coisa alguma; aprenda a valorizar os mínimos gestos. Aprenda a ser tradutora desse mundo tão caótico para ele, e você também terá de aprender a traduzir sentimentos, um exemplo disso: "nossa, meu filho tá tão agressivo", tradução: ele se sente frustrado e não sabe lidar com isso, ou está triste, ou apenas não sabe te dizer que ele não quer mais te ver chorando por ele.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Dificuldades no Desempenho Ocupacional de crianças com Perturbação de Espectro Autista

Brincar

“Play is a secret that occupational therapists have danced around for years”
(Parham & Fazio)

brincar é a principal ocupação das crianças. É uma actividade espontânea, voluntária, criativa e intrinsecamente motivadora. Enquanto as crianças brincam, desfrutam da interacção com o outro e, ao mesmo tempo, retiram prazer dessas experiências Através desta actividadeas crianças aprendem competências necessárias para interagirem adequadamente com o meio, ao nível motor, cognitivo, emocional e da linguagem. As crianças com perturbações do desenvolvimento podem ter alterações nas competências que são requeridas no brincar. Quando um terapeuta ocupacional lida com uma criança com PEA um dos seus principais objectivos de intervenção é, sem dúvida, promover o brincar. Assim, pretendemos melhorar estas competências de modo a que os indivíduos consigam, através da interacção com o meio, adquirir novas aptidões. No entanto, o brincar tem que ser adequado às características individuais da criança, ou seja, não pode ser demasiadamente simples nem demasiadamente complexo, de modo a evitar desinteresse e frustração. Para além das competências motoras, esta actividade requer que haja uma boa capacidade de integrar informação, comunicar verbal e não verbalmente, compreender e responder aos estímulos.
planeamento motor ou praxis é o processo cognitivo que precede um comportamento; envolve a organização do timing e sequência das acções (Parham & Fazio, 1997). Engloba a capacidade de pensar sobre o que fazer e de ter respostas adaptativas face a situações diferentes e inesperadas. A eficácia deste processo depende em grande parte da qualidade da integração dos inputssensoriais. Este processo de integração sensorial contribui para a construção do esquema corporal, fundamental para o planeamento motor. Uma criança que não tenha consciência corporal, não consegue interagir eficazmente com o meio. A integração sensorial é constituída por três fases (ideação, planeamento e execução), todas elas fundamentais durante o brincar. A ideação é a capacidade de conceptualizar uma ideia do movimento que se pretende fazer, de modo a estabelecer uma interacção positiva com o meio. Após saber que movimento se quer efectuar, é formulado um plano para pôr em prática essa ideia, que inclui como organizar as acções no espaço e tempo (planeamento). Depois parte-se para a realização em si do movimento, a parte observável de todo o processo (execução). Durante todo o processo ocorrem mecanismos de feedback. Para um completo envolvimento no brincar, a criança tem de ser capaz de criar novas ideias à medida que formula e executa os seus planos motores.
















As crianças com dispraxia são tipicamente desajeitadas, desorganizadas e apresentam diversas dificuldades nas diferentes áreas de ocupaçãoPodem ter problemas ao nível do desenvolvimento motor, interacção social e performance escolar. Ao se depararem com estas dificuldades podem desenvolver baixa auto-estima, para além de experienciarem frequentemente grandeansiedade, frustração, irritabilidade. Uma intervenção delineada para melhorar a praxis teoricamente beneficia as competências requeridas no brincarDa mesma forma, se usarmos o brincar como meio terapêutico pode haver melhorias ao nível do planeamento motor na criança. Assim, pode dizer-se que a praxis e o brincar estão fortemente interligados. O brincar é uma importante ferramente terapêutica para desenvolver as competências de planeamento motor.

Quais são as principais dificuldades das crianças com PEA?
As crianças com PEA têm dificuldades significativas nas várias etapas do planeamento motor, especialmente na ideação, planeamento e sequenciação e no feedback, devido às suas limitações no processamento e integração dos estímulos sensoriais, no esquema corporal, no pensamento abstracto, na interpretação daspistas do meio, à sua obsessão pela estruturação e aos comportamentos peculiares (comportamentos estereotipados, posturas anormais, atrasos na resposta motora). Quando estas crianças rejeitam o movimento devido a uma sobrecarga do sistema nervoso ou quando se envolvem durante a maior parte do tempo em actividades repetitivas, podem perder oportunidades de desenvolver mecanismos de feedback. Isto pode comprometer de forma significativa o processo de planeamento motor.
A execução é a área menos comprometida, sendo sobretudo afectada pelas dificuldades motoras que os autistas apresentam, sobretudo a nível da iniciação e manutenção do movimento.
Outra área problemática no brincar e planeamento motor destas crianças é a imitação. De facto, têm dificuldades na imitação de movimentos, de utilização de objectos, de expressões e gestos, apresentando assim dificuldades no desenvolvimento de novos comportamentos e formas de brincar. As crianças com PEA apresentam dificuldades na imitação devido à incapacidade de estabelecer a ponte entre a percepção e a acção.
Devida a estas dificuldades noplaneamento motor, as crianças com PEA podem apresentar um brincar muito concreto e repetitivo, com pouca exploração do meio. Preferem também um brincar solitário, não procurando a interacção com os pares. Têm também dificuldades no processamento, discriminação sensorial e no esquema corporal o que vai afectar o processo de planeamento motor. Estas crianças têm dificuldade na transição de uma actividade para outra e na generalização de ideias, a capacidade de perceber conceitos temporais está afectada.

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