Nylse Helena Silva Cunha. Psicóloga/Unicamp O atendimento pedagógico da criança portadora de distúrbios severos de comportamento requer uma estrutura muito bem preparada, desde os espaços e equipamentos até à equipe especializada. Embora sempre dentro de um grupo, seu atendimento necessita atenção individualizada. A programação de suas atividades não pode restringir-se a objetivos voltados para conteúdos programáticos escolares mas, deve estar inicialmente voltada para a melhoria da qualidade de vida da criança, através de uma melhora de comportamento que facilite sua integração na família e na sociedade. Para que haja consistência no trabalho desenvolvido é preciso que tenha um bom embasamento teórico e em uma filosofia educacional que o inspire. A educação é um processo dialético que acontece como fruto da interação entre seres humanos e entre eles e as estruturas nas quais estão inseridos. É um processo dentro do qual o aprender e o ensinar são simultâneos. Assim sendo, para que a instituição possa criar condições favoráveis e facilitadoras deste processo, que é global, precisa ser um espaço no qual tudo leve à promoção do desenvolvimento humano. Um espaço que estimule a manifestação de potencialidades, a integração e o crescimento individual, grupal e social. A preocupação com o desenvolvimento deve abranger todas as pessoas envolvidas, tanto alunos quanto pais, professores, técnicos e funcionários. É muito mais do a aplicação de métodos ou conhecimentos; trata-se da participação num processo que inclui uma forma de convivência baseada numa escala de valores oriunda de uma filosofia de vida. As estratégias adotadas para o manipulação dos problemas de comportamento, não só tem que estar coerentes com a filosofia educacional da Escola, mas também não podem prejudicar o processo terapêutico. A grande questão da abordagem educacional dos distúrbios de comportamento pode situar-se no hiato existente entre o processo terapêutico, baseado no pensamento causal e a prática educacional cotidiana. Os terapeutas, psiquiatras e psicólogos, tem como foco de seu trabalho as causas geradoras dos distúrbios; com essa finalidade realizam um trabalho que pode ser mais profundo e demorado, mas os educadores lidam com os comportamentos de superfície e tem que enfrentar as emergências que ocorrem no cotidiano da criança perturbada. O psiquiatra pesquisa as causa do sadismo de uma criança, mas o educador, terá que resolver a situação da faca apontada para o coleguinha antes que ela o atinja. A intervenção terá que ser imediata e eficiente, afim de evitar que a agressão aconteça mas, deverá também ser asséptica para não interferir negativamente no processo terapêutico. Esta não é uma tarefa fácil porque exige muito preparo e equilíbrio psicológico mas, intervenções planejadas podem constituir-se num instrumento terapêutico também. AS INTERVENÇÕES EDUCACIONAIS PLANEJADAS A intervenção pedagógica dentro da Escola, parte de um estudo que abrange a análise do diagnóstico e dos relatórios psiquiátrico, psicológico, neurológico, pedagógico e social. A discussão do caso com a equipe técnica objetiva também a compreensão da criança enquanto pessoa, o levantamento de suas necessidades e das prioridades para a elaboração do planejamento e das intervenção. Em outras palavras, é preciso aprender a criança e apreender suas características. Para que a atuação educacional não seja uma violência contra sua condição limitada, deve respeitar suas possibilidades de realização pessoal e sua forma de expressão. Para isso podemos ter de aprender a respeitar outros padrões estéticos e culturais. Esta posição requer não apenas conhecimento sobre a patologia, mas também sensibilidade para identificação de elementos essenciais à preservação da integridade e do auto-conceito da criança. São também necessários discernimento e disponibilidade para lidar com situações inusitadas que podem surgir. A intervenção pedagógica precisará transcender técnicas e estratégias e criar oportunidades para valorização da condição humana e para formação de vínculos; o tratamento médico pode estar baseado nos diagnósticos das anomalias, mas a educação deve explorar potencialidades. As atividades propostas deverão ser bastante significativas, caso contrário não serão determinantes de equilíbrio físico e emocional; se forem impostas, poderão destruir a motivação não somente para aquela atividade mas para a participação também em outras circunstâncias. A atmosfera lúdica e afetiva é muito importante para manutenção da alegria e do entusiasmo. Para que isto seja possível, toda a equipe precisa ter condições psicológicas especiais e contar com apoio da estrutura técnica e administrativa na instituição como um todo. A filosofia educacional que fundamenta o trabalho precisa ter sido internalizada não só pelos profissionais que atuam mais diretamente com a criança mas também por todas as pessoas que tenham algum tipo de relação com ela. Para que isto seja possível, seus princípios e escala de valores devem ser discutidos em grupo, vivenciados em situação de psicodrama e revisados em sessões de feed-back. A seleção e a preparação das pessoas envolvidas neste trabalho é fundamental porque a aplicação de qualquer método ou recurso pedagógico, irá depender de qualidades pessoais do educador para que alcance bons resultados. O objetivo geral do trabalho é a melhoria da qualidade de vida da criança e de sua família, para isso. Na elaboração do planejamento é fundamental a seleção de conteúdos significativos, razão pela qual, é tão importante conhecer o ambiente familiar e o nível de desempenho da criança em suas atividades de vida diária. DESENVOLVIMENTO DA CONCENTRAÇÃO DE ATENÇÃO O primeiro passo para intervenção, após a observação e o estudo das peculiariedades da criança,é conseguir direcionar sua atenção, tarefa esta nem sempre fácil. Nos casos de hiperatividade possivelmente teremos que contar com a ajuda de uma tratamento neurológico e... ter muita paciência. Para o aumento gradativo do nível de concentração de atenção algumas estratégias podem ser utilizadas: • intervir no sentido de interromper o alheamento e os comportamentos estereotipados • estimular as percepções sensoriais • sensibilizar a criança para o seu próprio corpo • procurar despertar o interesse para objetos, atividades ou brinquedos que proporcionem respostas rápidas • provocar a focalização do olhar • explorar qualquer pista de manifestação de interesse • aprofundar interações • desafiar concretamente • proporcionar sucesso no desempenho de propostas bem curtas e ir aumentando gradativamente, sempre dentro de limites que possibilitem sucesso • Favorecer o desenvolvimento do auto-controle através da interiorização de controles externos. É preciso sempre estar atento para as peculiaridades da criança para poder manejá-las de forma eficiente e selecionar brinquedos e outros materiais que desafiem sua atenção. Estas crianças não tem condições de valorizar ganhos futuros, sublimar frustrações ou adiar satisfações, assim sendo, precisam de jogos que proporcionem respostas rápidas. As crianças autistas podem ter dificuldade para fazer associações, para imitar ou representar mentalmente. Sendo muito seletivos, concentram se em um único detalhe e uma pequena mudança no ambiente pode fazer com que não reconheçam mais o todo. Poderão fazer pareamento de figuras iguais mas não ser capazes de associar a figura ao objeto representado ou ao seu nome. Os comportamentos estereotipados são bastante freqüentes. Algumas vezes os comportamentos estranhos são a única forma de expressão que a criança que não fala encontra para manifestar-se e sentir-se viva, por esta razão é tão importante desenvolver algum tipo de comunicação alternativa com ela. Não basta tentar inibir esses comportamentos, é necessário compreende-los Redl e Wineman sugerem algumas técnicas antisépticas para intervenções planejadas que merecem ser analisadas. CAPITULO IXX do Livro Transtorno Invasivo do Desenvolvimento. SEÇÃO III –TEMAS PEDAGÓGICOS Walter Camargo Jr e Colaboradores. Ed. CORDE, DF. 2005.
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PALAVRAS DA FONOAUDIÓLOGA E MÃE MARILUCE
Eu não vou mudar meu filho porque é autista; eu prefiro mudar o mundo, e fazer um mundo melhor; pois é mais fácil meu filho entender o mundo, do que o mundo entender meu filho.
ESTOU SEMPRE NA BUSCA DE CONHECIMENTOS PARA AJUDAR MEU FILHO E PACIENTES. NÃO SOU ADEPTA DE NENHUM MÉTODO ESPECÍFICO, POIS PREFIRO ACREDITAR NOS SINAIS QUE CADA CRIANÇA DEMONSTRA. O MAIS IMPORTANTE É DEIXÁ-LOS SEREM CRIANÇAS, ACEITAR E AMAR O JEITO DIFERENTE DE SER DE CADA UM, POIS AFINAL; CADA CASO É UM CASO E PRECISAMOS RESPEITAR ESSAS DIFERENÇAS. COMPARAÇÃO? NÃO FAÇO NENHUMA. ISSO É SOFRIMENTO. MEU FILHO É ÚNICO, ASSIM COMO CADA PACIENTE.
SEMPRE REPASSO PARA OS PAIS - INFORMAÇÕES, ESTRATÉGIAS, ACOMODAÇÕES E PEÇO GENTILMENTE QUE "ESTUDEM" E NÃO FIQUEM SE LUDIBRIANDO COM "ESTÓRIAS" FANTASIOSAS DA INTERNET. PREFIRO VIVER O DIA APÓS DIA COM A CERTEZA DE QUE FAÇO O MELHOR PARA MEU FILHO E PACIENTES E QUE POSSO CONTAR COM OS MELHORES TERAPEUTAS - OS PAIS.
Por Mariluce Caetano Barbosa
COMO DEVO LIDAR COM MEU FILHO AUTISTA?
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
DISTÚRBIOS DE COMPORTAMENTO
NOSSO JORNAL
ESSE É O NOSSO DIFERENCIAL!
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