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PALAVRAS DA FONOAUDIÓLOGA E MÃE MARILUCE

Eu não vou mudar meu filho porque é autista; eu prefiro mudar o mundo, e fazer um mundo melhor; pois é mais fácil meu filho entender o mundo, do que o mundo entender meu filho.

ESTOU SEMPRE NA BUSCA DE CONHECIMENTOS PARA AJUDAR MEU FILHO E PACIENTES. NÃO SOU ADEPTA DE NENHUM MÉTODO ESPECÍFICO, POIS PREFIRO ACREDITAR NOS SINAIS QUE CADA CRIANÇA DEMONSTRA. O MAIS IMPORTANTE É DEIXÁ-LOS SEREM CRIANÇAS, ACEITAR E AMAR O JEITO DIFERENTE DE SER DE CADA UM, POIS AFINAL; CADA CASO É UM CASO E PRECISAMOS RESPEITAR ESSAS DIFERENÇAS. COMPARAÇÃO? NÃO FAÇO NENHUMA. ISSO É SOFRIMENTO. MEU FILHO É ÚNICO, ASSIM COMO CADA PACIENTE.
SEMPRE REPASSO PARA OS PAIS - INFORMAÇÕES, ESTRATÉGIAS, ACOMODAÇÕES E PEÇO GENTILMENTE QUE "ESTUDEM" E NÃO FIQUEM SE LUDIBRIANDO COM "ESTÓRIAS" FANTASIOSAS DA INTERNET. PREFIRO VIVER O DIA APÓS DIA COM A CERTEZA DE QUE FAÇO O MELHOR PARA MEU FILHO E PACIENTES E QUE POSSO CONTAR COM OS MELHORES TERAPEUTAS - OS PAIS.

Por Mariluce Caetano Barbosa




COMO DEVO LIDAR COM MEU FILHO AUTISTA?

Comece por você, se reeduque, pois daqui pra frente seu mundo será totalmente diferente de tudo o que conheceu até agora. Se reeducar quer dizer: fale pouco, frases curtas e claras; aprenda a gostar de musicas que antes não ouviria; aprenda a ceder, sem se entregar; esqueça os preconceitos, seus ou dos outros, transcenda a coisas tão pequenas. Aprenda a ouvir sem que seja necessário palavras; aprenda a dar carinho sem esperar reciprocidade; aprenda a enxergar beleza onde ninguém vê coisa alguma; aprenda a valorizar os mínimos gestos. Aprenda a ser tradutora desse mundo tão caótico para ele, e você também terá de aprender a traduzir sentimentos, um exemplo disso: "nossa, meu filho tá tão agressivo", tradução: ele se sente frustrado e não sabe lidar com isso, ou está triste, ou apenas não sabe te dizer que ele não quer mais te ver chorando por ele.

sábado, 9 de julho de 2011

Boca: comer e falar e A fala: mecanismos da comunicação, as regras e o significado do que se comunica


Muitos dos programas para desenvolver a fala, encorajam imitação verbal sem focar na habilidade (ou falta de) da pessoa em processar informação sensorial e daí conseguir fazer os movimentos necessários de forma organizada para produzir um som ou uma sílaba.

É essencial saber sobre desenvolvimento típico para ser capaz de identificar quando alguém está exibindo atraso, desenvolvimento anormal ou desordenado.

Tipicamente, a criança com 24 meses não precisa mais morder no copo enquanto bebe, porque já desenvolveu a estabilidade interna da mandíbula (Evan-Morris & Dunn Klein, 1987). Uma criança que continua a morder no copo depois de 24 meses, teria atraso no desenvolvimento/amadurecimento das habilidades motoras-orais devido a uma falta de controle interno da mandíbula.

O ranger dos dentes, também pode ser causado pela falta de controle da mandíbula, problemas posturais que afetam o pescoço ou ferimentos na cabeça, uma vez que agrava diretamente os músculos na região da mandíbula, que por sua vez, acionam os dentes a rangerem.

A falta de controle interno da mandíbula também afeta a produção da fala e outros movimentos orais. Por exemplo, esta criança normalmente moverá a sua língua e mandíbula em conjunto para conseguir mover a comida de um lado para o outro da boca, ao invés de mover a língua separadamente da mandíbula.

A musculatura oral usada pela criança para se alimentar também é a mesma usada para a produção da fala. Os padrões sensórios-motores que a criança está produzindo enquanto come são semelhantes aos padrões sensório-motor necessário para produção da fala.

Pode ser difícil de entender a fala da criança com problemas sensório-motor-oral quando o tema da conversa não for conhecido, devido à falta de movimentos independentes dos lábios e da língua em relação aos movimentos da mandíbula por causa da falta de controle interno da mandíbula.

A presença contínua dos reflexos orais, tais como o reflexo de busca de alimento, reflexo de mordida fásica, etc, depois de uma idade em que deveriam estar integrados ao sistema nervoso da criança (geralmente entre 4 e 6 meses de idade) é considerada movimento primitivo. O termo primitivo é usado para se referir aos movimentos que são normalmente apenas vistos em bebês (Bobath & Bobath, 1975).

Crianças no espectro autista, freqüentemente apresentam baixo tônus muscular, que proporciona uma base pobre de apoio ao desenvolvimento do movimento. A criança deve trabalhar mais, desprendendo mais energia e atenção, para usar os músculos com baixo tônus muscular (Gagnon, 2003). Quando a criança começa a se mover contra a gravidade, ela começa a corrigir ou mantém, de forma anormal, certas partes do seu corpo para ganhar estabilidade e assim mover-se. Quanto mais “correções” ocorrem, os componentes normais de movimentos não se desenvolvem naturalmente. Essas correções anormais em uma área resultará em padrões de movimentos compensatórios em outras regiões, causando um feedback sensorial-motor anormal e assim respostas anormais do sistema nervoso central.

Este ciclo anormal de feedback, por sua vez, interfere com a capacidade da criança em produzir respostas adaptativas o que pode levá-la a reagir de forma exagerada ou diminuida a informação sensorial.

Bibliografia:
Improving Speech and Eating Skills in Children with Autism Spectrum Disorders - An Oral-Motor Program for Home and School by Maureen A. Flanagan, MA, CCC-SLP

A fala: mecanismos da comunicação, as regras e o significado do que se comunica

Como qualquer sistema de produção, a linguagem tem duas partes: entrada e saída.

Sem a entrada de boa matéria-prima, inevitavelmente a qualidade da produção sofre, isso acontece também no sistema de produção de linguagem. Se o estímulo recebido não entra com qualidade e clareza, seja por um problema de qualidade do estímulo, seja por problemas no processo auditivo, mecânico ou neuronal, o que a fala será capaz de produzir não será de qualidade. Este efeito é conhecido como o Efeito Tomatis: “a voz só produz o que o ouvido pode ouvir”.

O processo mecânico da fala depende da entrada clara, na ordem correta e manutenção dos sons na memória imediata o tempo suficiente para que o cérebro registre estes sons. Então, a ordem deve ser recapturada e enviada ao aparelho da fala para a produção das palavras.


Fonologia é o nome dado à capacidade de usar sons. O desenvolvimento fonológico começa quando o som da fala ativa redes neurais.

Marcos do desenvolvimento mecânico da fala:4 primeiros meses: Pode distinguir entre sons diferentes.
4 a 8 meses: balbucia.
9 a 12 meses: Primeiras sílabas (mama, papa)
Primeiras consoantes, geralmente p,m,t, k.
Primeiras vogais, geralmente a, i, u.
A criança seguirá balbuciando mesmo já sendo capaz de dizer as primeiras palavras.3 anos: A fala pode ser entendida.
4 a 5 anos: Pode pronunciar junções mais complexas de consoantes.
6 anos: Pode produzir e distinguir todos os sons das vogais.
8 anos: Pode produzir e distinguir todos os sons das consoantes.
9 anos: Pode lembrar e produzir 4 a 5 palavras em sequência.

As regras do processo da fala chamamos de gramática (sintaxe).

Algumas crianças têm problemas para incorporar estas regras de gramática. O problema pode ter como raiz modelos de baixa qualidade de gramática em casa ou outro ambiente, podem ser causados por problemas no ouvido durante seus primeiros anos de vida, ou possivelmente de algum atraso nos circuitos do cérebro que causa uma deficiência de linguagem. A criança que tem dificuldade em lembrar seqüências de palavras terá dificuldade de reproduzi estas sequências em sua fala.

Crianças aprendem regras sintáticas através dos adultos. Uma maneira de corrigir erros sintáticos é re-frasear e expandir a fala. “Ontem eu foi na escola”; “Ontem eu não fui na escola, só você foi, eu fui ao mercado”.

Você também pode criar jogos específicos, como jogos de preposição se o problema da criança estiver no uso delas.


Seja paciente, estas regras gramaticais são incrivelmente complicadas. Muitas vezes, a iniciativa e desejo de se comunicar expressando suas idéias é mais importante do que a utilização correta da regra gramatical.

A semântica representa entender o significado da linguagem, sejam palavras simples ou longos textos.
O modelo para a compreensão da linguagem e sua expressão está nos padrões da experiência pessoal da criança.

As crianças desenvolvem redes semânticas a partir de experiências em primeira mão, com objetos do mundo real, ouvem as palavras associadas a esses objetos e, em seguida, associadas a outras palavras.

Compreender a língua é basicamente uma questão de compreender relações. Um problema precoce em entender relações é em torno dos pronomes. "Você me dê isto" significa coisas diferentes dependendo de quem o diz.

Aqui e ali, preposições em geral, pequeno e grande, etc., tudo depende de compreender relações. O cérebro humano é bem adaptado para este tipo de trabalho se a pessoa tiver uma boa base para a compreensão de relação física, e isso começa entendendo o seu próprio corpo no espaço.

O cérebro tende a lembrar de coisas ou eventos que ele já está maduro para experienciar, que tenham significado, que possam ser agrupados em padrões e possam ser associados a uma experiência anterior. A compreensão também depende de uma experiência prévia em que possa ser feita uma associação.

Bibliografia:
How your child’s brain grow. Brain Development and Learning From Birth to Adolescence, Jane M. Healy, PH.D.
The RDI Book. Forging New Pathways for Autism, Asperger’s and PDD with the Relationship Development Intervention Program, Steven E. Gutstein, PH.D.
Smart Moves. Why learning is not all in your head, Carla Hannaford, Ph.D.

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