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PALAVRAS DA FONOAUDIÓLOGA E MÃE MARILUCE

Eu não vou mudar meu filho porque é autista; eu prefiro mudar o mundo, e fazer um mundo melhor; pois é mais fácil meu filho entender o mundo, do que o mundo entender meu filho.

ESTOU SEMPRE NA BUSCA DE CONHECIMENTOS PARA AJUDAR MEU FILHO E PACIENTES. NÃO SOU ADEPTA DE NENHUM MÉTODO ESPECÍFICO, POIS PREFIRO ACREDITAR NOS SINAIS QUE CADA CRIANÇA DEMONSTRA. O MAIS IMPORTANTE É DEIXÁ-LOS SEREM CRIANÇAS, ACEITAR E AMAR O JEITO DIFERENTE DE SER DE CADA UM, POIS AFINAL; CADA CASO É UM CASO E PRECISAMOS RESPEITAR ESSAS DIFERENÇAS. COMPARAÇÃO? NÃO FAÇO NENHUMA. ISSO É SOFRIMENTO. MEU FILHO É ÚNICO, ASSIM COMO CADA PACIENTE.
SEMPRE REPASSO PARA OS PAIS - INFORMAÇÕES, ESTRATÉGIAS, ACOMODAÇÕES E PEÇO GENTILMENTE QUE "ESTUDEM" E NÃO FIQUEM SE LUDIBRIANDO COM "ESTÓRIAS" FANTASIOSAS DA INTERNET. PREFIRO VIVER O DIA APÓS DIA COM A CERTEZA DE QUE FAÇO O MELHOR PARA MEU FILHO E PACIENTES E QUE POSSO CONTAR COM OS MELHORES TERAPEUTAS - OS PAIS.

Por Mariluce Caetano Barbosa




COMO DEVO LIDAR COM MEU FILHO AUTISTA?

Comece por você, se reeduque, pois daqui pra frente seu mundo será totalmente diferente de tudo o que conheceu até agora. Se reeducar quer dizer: fale pouco, frases curtas e claras; aprenda a gostar de musicas que antes não ouviria; aprenda a ceder, sem se entregar; esqueça os preconceitos, seus ou dos outros, transcenda a coisas tão pequenas. Aprenda a ouvir sem que seja necessário palavras; aprenda a dar carinho sem esperar reciprocidade; aprenda a enxergar beleza onde ninguém vê coisa alguma; aprenda a valorizar os mínimos gestos. Aprenda a ser tradutora desse mundo tão caótico para ele, e você também terá de aprender a traduzir sentimentos, um exemplo disso: "nossa, meu filho tá tão agressivo", tradução: ele se sente frustrado e não sabe lidar com isso, ou está triste, ou apenas não sabe te dizer que ele não quer mais te ver chorando por ele.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A Fonoaudiologia é vital para o autismo

 
 
Durante décadas, predominou o conceito de que o Autismo era uma doença psicológica, a qual se baseava na dificuldade de relacionamento entre mãe e filho e, conseqüentemente, a criança não teria um desenvolvimento normal.

Nos últimos quinze anos, aproximadamente, o conceito de Autismo mudou. Segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), publicada pela Organização Mundial de Saúde, o Autismo é uma disfunção neurológica de base orgânica, que afeta a sociabilidade, a linguagem, a capacidade lúdica e a comunicação.
 
O Autismo não ocorre por bloqueios ou razões emocionais, como insistiam os psicanalistas, mas pode ser agravado por eles. As causas podem ser viroses gestacionais (como citomegalovirus), quadros de hipoxia (déficit de oxigenação no parto), presença do X Frágil, infecções e mal formações congênitas, toxoplasmose, rubéola etc.Acomete cerca de 5 entre 1.000 nascidos e é quatro vezes mais comum entre meninos do que entre meninas.

As crianças autistas apresentam os sintomas até os três primeiros anos de idade.
O desenvolvimento da fala, nessas crianças, é lento e anormal, senão ausente, caracterizando-se pela repetição daquilo que é dito por terceiros ou pela substituição das palavras por sons mecânicos.
 
São sintomas freqüentes do autismo, a falta de reação a sons e à dor, assim como a incapacidade de reconhecer situações de perigo, e a repetição rítmica de certos movimentos como, por exemplo, balançar o tronco para a frente e para trás ou bater palmas.
 
Como o autista tem grave alteração de comunicação, mais especificamente no desenvolvimento de linguagem, a figura do fonoaudiólogo é imprescindível para o tratamento precoce da criança.

O Autismo é associado ao retardo mental em cerca de 70% dos casos, e poucos indivíduos apresentam Q.I. acima de 80.
 
Durante décadas, muitos que não foram tratados precocemente, foram diagnosticados como doentes mentais e internados em instituições fechadas.
 
Uma das pioneiras no tratamento do autista na Fonoaudiologia é a professora doutora Fernanda Dreux Miranda Fernandes, que há cerca de 20 anos trabalha com crianças e adolescentes autistas na Universidade de São Paulo.
Fernanda Dreux foi a primeira a publicar um capítulo sobre o tratamento fonoaudiológico do autista, em 1982, no livro Distúrbios da Comunicação – estudos interdisciplinares sobre Autismo. A doutora Fernanda coordena o atendimento de 35 a 40 crianças e adolescentes, na maioria carentes, que comparecem duas vezes por semana ao Ambulatório do Curso de Fonoaudiologia da USP/São Paulo.
 
“É uma população em que as deficiências individuais são muito diferentes. Cada paciente exige uma compreensão específica”, afirma a doutora Fernanda.
O atendimento é a longo prazo e não há critérios específicos para alta; mesmo assim, todos têm alta assistida, com retornos a cada três, seis meses ou anuais.
“O tratamento fonoaudiológico supera todas as expectativas da literatura internacional, de que as crianças devem falar até os seis anos ou, então, não falarão.” Entre seus pacientes, há um adolescente que começou a falar com 13 anos, após nove anos de terapia fonoaudiológica.
 
Para Fernanda Dreux, a terapia fonoaudiológica deve contar com o envolvimento da família, especialmente da mãe, para a melhora da criança. Todos os casos atendidos por Fernanda, cerca de 500 nestes anos, tiveram uma melhora significativa, pois alguns começam a falar e outros se comunicam, freqüentando escolas comuns ou especiais.
 
A preocupação maior da doutora Fernanda está no despreparo da maioria dos profissionais, que não têm bagagem de conhecimento sobre o tratamento fonoaudiológico do Autista.
 
No ambulatório da UNIFESP, a doutora Jacy Perissinoto e sua equipe já atenderam, nos últimos três anos de funcionamento do ambulatório, cerca de 30 pacientes, e hoje estão em tratamento 8 casos.
 
Há crianças que decoram calendários e anúncios de televisão, e são identificadas como
Autistas, mas, na verdade, são portadores da Síndrome de Asperger, que está classificada no mesmo grupo dos Autistas, em Transtornos Invasivos do Desenvolvimento ou Distúrbios Globais do Desenvolvimento.

No ambulatório da UNIFESP, os Autistas com maior desenvolvimento de linguagem são encaminhados para escolas comuns ou especiais, selecionadas pelos fonoaudiólogos, durante a terapia.
Os profissionais acompanham o desenvolvimento dessas crianças nas instituições de ensino, com o objetivo de potencializar as condições de desenvolvimento da criança. Por isso a interação entre os professores, pais e fonoaudiólogo é fundamental para o tratamento. O ambulatório criou um grupo de apoio às famílias de Autistas, além de contar com a presença deles na terapia.
As fonoaudiólogas Fernanda Dreux e Jacy Perissinoto concordam que o uso de medicamentos em crianças dispersivas melhora a qualidade de atenção, mas isso deve ser analisado caso a caso.
 
Equipe Multidisciplinar
 
Segundo o neurologista Wanderley Manoel Domingues, que atua com Autistas há pelo menos 33 anos, é importante que o Autista seja assistido por uma equipe multidisciplinar.
“Se a criança Autista não tiver atendimento precoce, evolui para deficiência mental, por falta de estimulação”, alerta o neurologista.
 
Hoje com o novo conceito de que o Autismo é uma doença de disfunção neurológica orgânica, identificada através da neuro imagem, por estudos anatomo-patológicos, pela ressonância magnética funcional e outros, a maioria dos Autistas são tratados com medicamentos, afirma Wanderley.
Esses medicamentos tratam as complicações, como: convulsões, distúrbios do sono, agitação psicomotora, crises de alta e baixa agressividade, impulsividade elevada, dispersão etc.

“Os medicamentos existentes facilitam o tratamento fonoaudiológico e de outros profissionais da equipe multidisciplinar”, destaca o neurologista.
 
Cerca de 50% dos autistas são portadores de convulsões, fator decorrente de disfunções neurológicas. 30 a 40% dos autistas apresentam níveis de seratonina (neuro transmissor cerebral, responsável pela sensação de bem estar) elevados.
 
O Autista tem sentimento narcisista, não é altruísta, e há uma grande incidência da doença entre gêmeos univitelinos. Segundo Wanderley Domingues, o autista olha através do observador e não para o observador.

Wanderley Domingues é responsável pela criação do Centro Pró-Autista, que é uma organização não governamental, criado em julho/2000, que conta com o apoio de instituições internacionais e da iniciativa privada e atende 30 crianças e adolescentes. O Centro Pró-Autista é constituído por pediatras, neurologistas, psiquiatras, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacional, fisioterapeutas e professores de educação física.
No mês de julho, o Centro Pró-Autista organizou o 1º Curso Internacional de Atualização sobre Autismo, em São Paulo, sob a coordenação do doutor Wanderley Domingues. O evento contou com a presença da fonoaudióloga June Dickinson, do Hospital Einstein College of Medicine, Bronx – New York/EUA, uma das maiores especialistas em Autismo.

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