• Frequentar locais públicos com o seu filho, preferencialmente parques públicos. Nestes, pode aproveitar e ensiná-lo a observar o comportamento de outras crianças para indicar o que fazer e ensinar como se relacionar com elas.
• Trabalhar pela independência do seu filho – incentivando-o a vestir-se sozinho, a se servir, comer, beber. Elogiar cada pequeno avanço. Não falar mais que o necessário e evitar irritar-se com pequenos retrocessos.
• Estabelecer rotinas que facilitem a organização da criança – A criança autista tem uma tendência muito grande para se fixar em rotinas. Pode utilizar isso em favor da tranquilidade dela. Por exemplo, para organizar uma boa noite de sono, em horários pré-fixados, dê o jantar, o banho, vista o pijama, coloque-a na cama e apague a luz. A ordem pode ser esta ou outra um pouco diferente, de acordo com a sua preferência.
• Ensinar a quebrar rotinas – Faça pequenas mudanças na vida diária, comece de preferência uma de cada vez. Por exemplo, mude o lugar do seu filho à mesa, tente variar a comida e colocar a TV num canal que não seja o preferido dele, mude o caminho de ir à escola. As rotinas não são imutáveis, e é melhor que o seu filho aprenda isto desde cedo, pode parecer paradoxal, mas ao mesmo tempo em que a rotina é importante, é igualmente relevante aprender a aceitar mudanças.
• Explorar uma emoção por vez, ensinar como ler e responder às pistas que indicam graus variados de emoção, ensinar frases de segurança para quando estiver inseguro ou confuso. Assim, como auxílio à expressão de emoções pode usar recursos visuais como: indicadores, desenhos ou vídeos, estimular o uso de diários.
• Nomear as emoções na hora que elas acontecem, em situações naturais. Iniciar com emoções simples como alegria, tristeza, medo e depois passar para emoções complexas e mais internas como vergonha e orgulho.
• Insistir no compromisso, ensinar a noção de tempo e organizar a sequência de actividades para reduzir o nível de ansiedade da criança. Utilize estímulos visuais, por exemplo, figuras apresentando as actividades que serão desenvolvidas, na sequência em que acontecerão, permitindo mostrar onde ela vai e o que vai acontecer. Pode, também usar músicas cujas letras descrevem a actividade a ser iniciada, isto ajuda a programar a sequência dos factos.
• A criança deve ser incentivada a participar em actividades recreativas, educativas e terapêuticas. Não ceda à primeira manifestação de desinteresse, mas também não force além do necessário.
• Encorajar a participação em jogos cooperativos e competitivos, como por exemplo, jogos de cartas, de futebol, construção de um puzzle, partida de bicicleta,….
• Envolver a criança nas actividades do quotidiano da família, dentro e fora de casa, por exemplo, leve-a às compras, deixe-a ajudar a preparar uma refeição…
• Em casa escolher um “cantinho do sossego”: um lugar tranquilo e confortável para onde a criança possa ir sempre que quiser ou precisar ficar sozinho para relaxar.
• Não tratar o “não” ou o evitamento como rejeição.
• Não deve interromper ou mudar de assunto enquanto estiver em interacção com a criança;
• Aproveitar situações e horas naturalmente agradáveis para a criança (por exemplo:banho, comida) para ensinar e trabalhar conceitos.
As crianças autistas requerem uma atenção peculiar, pelo que podem ser apontados alguns princípios gerais que visam optimizar a interacção com o indivíduo autista. Em todas as brincadeiras, os olhos do adulto deverão estar no mesmo nível do olhar da criança, devendo este tentar imitar a acção da criança, usando dois brinquedos iguais. Algumas brincadeiras e jogos lúdicos que podem ser úteis incluem objectos como bolas de sabão, piões, brinquedos com sons e luzes, fantoches de animais, músicas, bolas, livros, bonecos, devendo estar presente sempre a criatividade e o respeito pelo ritmo próprio de cada criança. De um modo sucinto, podem referir-se:
1 - Brincar na frente do espelho – desenvolvendo exercícios corporais e tecendo comentários de modo a auxiliar a criação do sentimento de consciência do eu e dos outros. Se puder, tenha um espelho onde a criança se possa ver inteiro. Sente-se atrás dela e brinque mostrando o cabelo, a boca etc. Dependendo da criança, será necessário segurar a mão dela e ajudá-la a colocá-la nas partes do corpo. Faça comentários do tipo, olha o (cite o nome dele(a)) .Olha a mãe, o (nome da criança), abraçados etc.
2 – Rasgar um jornal- De início é comum ficar atrás da criança e segurar nas suas mãos para pegar e rasgar o papel. Comece com pedaços grandes e vá diminuindo aos poucos. Este exercício ajuda na coordenação motora. Pode-se inventar uma brincadeira no final, como por exemplo juntar os papelinhos e atirar ao ar (chuvinha de papel!).
3 - Brincar com massinha - Esta brincadeira auxilia a coordenação, mas normalmente os autistas estranham muito a massa. Será preciso insistir passando a massinha de um recipiente para o outro com as mão ou com uma colher.
4 - Pintura com as mãos – um exercício óptimo de estimulação que deve ser acompanhado pela enumeração do nome das cores, sem a preocupação que a criança se suje um pouco e tendo o cuidado de conservar os trabalhos realizados.
5 – Recorrer a três latas de tamanhos diferentes (pequena, média e grande) e faça um furo na tampa de maneira a passar uma bola pequena. Brinque com a criança colocando as bolas nas latas, reforce sempre as palavras Grande, Média, Pequena. Depois empilhe também as latas. As bolas podem ser de ping- pong.
6- Dançar - Dançar auxilia muito as crianças, podendo ser envolvida toda a família. Dance com a criança, invente passos, mesmo que ela pareça não se interessar. Ponha músicas de criança, chame a família para fazer uma roda.
7 - Tente jogar à bola, se puder chame alguém para ajudar. Se a criança não participar, peça para alguém ficar atrás dela e ajudar a pegar e a atirar a bola.
8 – Propiciar determinados estímulos como do som do rádio alternando diferentes tipos de música, procurando que os autistas manifestem preferência por certos sons (como a voz do locutor), algo que pode facilitar a aprendizagem do idioma.
9 – Realizar massagens – começando pela parte de trás, dos pés para a cabeça, e depois na parte da frente do corpo no sentido inverso, da cabeça aos pés. Pode usar-se óleo ou creme anti-alérgico de odor suave, promovendo sempre a comunicação.
10 – A criança precisa de sentir necessidade de comunicar e de ter um meio para o fazer, daí a importância dos jogos e brincadeiras, criando situações-problema e obstáculos, apresentando alternativas e a combinação de palavras, gestos, figuras e objectos.
11 – Valorizar a intenção comunicativa da criança – com o cuidado de limitar a linguagem ao vocabulário da criança, usar frases simples e curtas, falar devagar e claramente, saber esperar, não exagerando na entoação da voz e nas expressões faciais.
12 – Reduzir a linguagem verbal e aumentar o apoio visual quando a criança estiver triste ou stressada.
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