Atendendo às enormes dificuldades de generalização, a colaboração de todas as pessoas que diariamente convivem com a criança é fundamental para o seu desenvolvimento.
Apesar de tudo, é frequente depararmo-nos com o contrário: pais desiludidos que não compreendem o que acontece com o seu filho ou que fazem deste uma ideia muito particular.
Temos de reconhecer que é fundamental a primeira abordagem feita aos pais, logo que o problema é detectado. A intervenção deve transmitir-lhes:
· Desculpabilização: não esqueçamos o enorme dano produzido pelas teorias psicanalíticas em que os pais eram culpabilizados pela problemática do filho;
· Reconhecimento por tudo quanto fazem pelo seu filho, por muito pouco ou mesmo inadequado, que nos pareça.
· Favorecer os processos de “sentido comum”, assim como de observação, depois de lhes dar, na medida do necessário, uma explicação sucinta da problemática do filho.
· Valorizar, em geral, o papel que, enquanto pais, têm para o filho, mesmo que tenham um problema tão grave.
Devemos em todos os momentos implicar toda a família nas aprendizagens da criança, mostrando-lhes a utilidade dessas aprendizagens, quer sejam palavras ou gestos.
Confronto Parental face ao DiagnósticoO modelo de MacKeith (1973) propõe cinco estádios de reacções parentais face ao diagnóstico. Este modelo revela a noção de que este tipo de reacções não ocorre apenas uma vez na vida, mas que se repetem ao longo da vida por associação a períodos de crise ou de transição, decorrentes do “ciclo de vida”.
O primeiro desses estádios reflectia choque, o segundo negação, o terceiro um misto de tristeza e raiva, o quarto adaptação e o quinto uma reorganização. Com efeito, o primeiro período de crise intensa, identificado por MacKeith, ocorre quando os pais tomam consciência da incapacidade e deficiência do seu filho; o segundo na época em que a criança se encontra na fase de entrar na escolaridade, no momento em que os pais têm de enfrentar a realidade em termos de nível de desenvolvimento e expectativas para o seu filho, assim como os reflexos em termos académicos e de autonomia. O terceiro período de crise aparece associado ao facto da criança ter que abandonar a escola. De uma forma geral, envolve problemas associados à maturação física e cognitiva no contexto social e psicológico, assim como limitações funcionais. A adolescência tende a ser um período de agravamento em termos de alterações de comportamento, um período de frustrações e confusão. Para os pais a grande preocupação centra-se no facto de procurar preparar o futuro, em termos de autonomia e independência. Nesta fase, a severidade e a visibilidade das incapacidades têm um papel preponderante.
Ainda de acordo com MacKeith, o período de crise final ocorre quando os pais tomam consciência de que não podem assumir por mais tempo a responsabilidade de cuidar do seu filho. E têm que procurar uma solução.
Outro destes modelos, é o de Gayhardt que tentou igualmente, interpretar estes sentimentos sob a forma de um esquema de dor ou sofrimento, frequentemente típico nestes pais.
Papel do Psicólogo:– Suporte emocional/apoio psicológico à família/pais;
– Grupos de pais;
Mas para isso necessita de tempo, trabalho de articulação em equipa, formação.
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