(TEXTO ATUALIZADO COM RELATOS DO EVENTO ATÉ 12/JAN/2012)A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) realiza esta semana (de 9 a 14 de janeiro/2012) um evento internacional de autismo, o "São Paulo School for Advanced Science - Advances in Research and Treatment of Autistic Behavior" — Escola São Paulo de Ciência Avançada - Avanços na Pesquisa e no Tratamento do Comportamento Autista (ESPCA Autismo). O evento, todo em inglês, tem a particpação de estudantes e pesquisadores de todo o mundo.
“No Brasil, a área de autismo tem excelentes pesquisadores, mas que atuam isoladamente”, explicou o organizador do encontro, professor Celso Goyos, do Departamento de Psicologia da UFSCar. Segundo ele,, uma das propostas das escolas avançadas promovidas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) é apoiar áreas que precisam desse tipo de crescimento.
Entre os palestrantes convidados, estão alguns dos mais atuantes pesquisadores da atualidade no campo da análise do comportamento, além de genética e neurociência. A cerimônia inicial do evento foi aberta à comunidade.
CONFIRA PEQUENOS RELATOS
DAS PALESTRAS POR ALGUNS PARTICIPANTES DO EVENTO
Informação importante sobre os relatos e sobre o evento. Algumas pessoas têm questionado a complexidade de alguns assuntos e termos e o psicólogo Luiz Freitas, professor da Universidade Federal de Mato Grosso, em Cuiabá, participante do evento explicou: "Esse é um evento de ciência avançada e não seria possível explicar detalhadamente cada uma das apresentações. O evento foi pensado para pesquisadores que já estão nessa área, para alunos de pós graduação (mestrado e doutorado) e pessoas que trabalham diretamente aplicando os princípios de ABA para o ensino de pessoas com autismo", esclareceu Luiz, que é mestre em Análise do Comportamento e tem enviado relatos a respeito das palestras, assim como nossas articulistas Haydée Freire Jacques e Marie Dorion Schenk.
Palestras de 9/janeiro
RELATOS de HAYDÉE JACQUES:
Atualização – genética do autismo (palestra da profa. Maria Rita Passos-Bueno) O componente genético das desordens do espectro autista é geralmente reconhecido, mas a não existência de um padrão de herdabilidade torna difícil a definição dos genes responsáveis pelo transtorno e, consequentemente, o aconselhamento genético dos pais.
A hipótese mais aceita, até o começo dos anos 90, era do modelo multifatorial, isto é, uma combinação de alterações genéticas e fatores ambientais.
Nesses últimos anos, no entanto, constatou-se que alterações em um simples gene podem ser responsáveis por um grande número de casos de autismo, constatação feita a partir da descoberta de variações no número de cópias e de mutações, observadas em autistas, que são inexistentes nos grupos controle. Algumas dessas alterações no número de cópias são bastante frequentes em muitos casos de autismo, e, muito importante, muitas delas estão relacionadas aos genes ligados à neurogênese.
Com a possibilidade de obtenção de células indiferenciadas pluripotentes, a partir de células periféricas do próprio indivíduo, torna-se viável o estudo das implicações funcionais das alterações genéticas encontradas em sua própria bagagem genética.
Por outro lado, também é possível verificar o efeito de determinadas drogas no tratamento do autismo, já que se pode observar as modificações que elas causam nas células neuronais de um determinado paciente.
Risco de Autismo em Bebês – Possibilidades de uma Anotação Comportamental (palestra da dra. Cintia Guilhardi)
A intervenção precoce no autismo é reconhecida como eficiente e desejável. O desenvolvimento de métodos de identificação de sinais de risco precoces, antes dos 18 meses, é de interesse tanto clínico, quanto de pesquisas.
Bebês que falham em alcançar algumas metas, tais como, estabelecimento de contato visual, partilhamento de atenção, dividir as emoções, acabam diagnosticados como pertencentes ao espectro autista.
O propósito desse estudo é desenvolver um protocolo de observação e anotação comportamental que possa detectar os sinais de autismo, precocemente, em bebês com no máximo 12 meses.
As anotações consistem em 10 quesitos baseados no brincar, que devem ser observados durante a relação do bebê com sua mãe ou cuidadora. Estão sendo avaliados 5 bebês, e os resultados obtidos até agora indicam a possibilidade real de detectar precocemente os sinais de risco de autismo, que seria seguido pela implementação de protocolos de intervenção precoce, no máximo aos 12 meses de idade.
Um modelo das Desordens do Espectro Autista (DEA) usando neurônios humanos (palestra do dr. Alysso R. Muotri)
Diferentes combinações de mutações genéticas podem contribuir para o fenótipo autista.
O modelo genético das DEA usado foi a Síndrome de Rett (SR). A partir de fibroblastosde pacientes com SR, foram obtidas células pluripotentes indiferenciadas induzidas ( iPSCs, induced pluripotent stem cells). Essas células, então, foram induzidas a se diferenciarem em neurônios funcionais, com as seguintes características em comparação com os neurônios controle: poucas sinapses, baixa densidade de espinhas, pequeno corpo celular, canal de cálcio alterado e defeitos eletrofisiológicos. Esses neurônios Rett também foram usados para testar o efeito de diferentes tipos de drogas na recuperação dos defeitos sinápticos. Por outro lado, as células RTT-iPSCs, ao longo do processo de diferenciação em células neurais precursoras, podem explicar uma série de mutações somáticas.
A fim de identificar padrões comuns, celulares e moleculares, envolvidos no autismo, células de autistas não Rett foram derivadas em iPSCs, e daí em neurônios. Os defeitos nos neurônios de autistas idiopáticos são similares aos encontrados nos neurônios Rett. Esses dados sugerem que alterações em sequências de reações moleculares podem levar a alterações neuronais, as quais estão envolvidas na etiologia das DEA.
Esses experimentos abrem possibilidades inéditas no desenvolvimento de terapias efetivas, que poderiam ser usadas antes mesmo dos primeiros sinais das DEA. Por outro lado, como esse modelo reproduz os estágios iniciais do neurodesenvolvimento da doença, é possível a criação de ferramentas celulares para a obtenção de drogas, diagnósticos e tratamentos personalizados.
Palestras de 10/janeiro
RELATOS de LUIZ FREITAS:
Dr. Brian Iwata (University of Florida, USA) iniciou a primeira das quatro partes de seu workshop sobre a Abordagens de Análise Funcional para Avaliação Comportamental. Nessa parte foram apresentadas diferentes maneiras de se avaliar a função que os comportamentos problema, tais como comportamento auto-lesivo e agressivo, podem ter. Acredita-se que, em geral, os comportamentos problema aparecem e se mantém ocorrendo por terem alguma função para o indivíduo. Algumas das funções possíveis são: receber atenção de outras pessoas (reforçadores sociais), fuga de demanda (realizar alguma atividade que foi solicitada) e produzir sensações agradáveis (auto-estimulação).
Dr. Iwata apresentou pesquisas que propõem diferentes maneiras de se fazer a Analise Funcional desses comportamentos conforme os objetivos, necessidades e limitações.
Danielle La France (Best Consulting, Sacramento, CA, USA) apresentou nesse workshop os aspectos básicos da intervenção baseada em ABA (Applied Behavior Analysis - Análise do Comportamento Aplicada). Citando diversas pesquisas produzidas nos últimos 30 anos, La France percorreu resumidamente todos os passos e procedimentos necessários para se realizar terapia baseada em ABA de qualidade.
Dra. Daniela Fazzio (St. Amant, Winnipeg, CANADA), brasileira há mais de 10 anos morando e trabalhando no Canadá, apresentou os programas oferecidos pelo St. Amant onde é coordenadora clinica do programa ABA. Financiado inteiramente pela província (equivalente aos nossos Estados) canadense de Manitoba, o St. Amant oferece gratuitamente diversos serviços às crianças com autismo e outros transtornos do desenvolvimento. Alguns desses serviços são oferecidos nas casas das famílias, outros nas escolas que as crianças freqüentam e ainda outros no próprio centro. O trabalho tem tanta qualidade que famílias de outras províncias e até de outros países se mudam para Winnipeg para poder ter acesso a esses serviços gratuitamente.
Dr. David Wilder (Florida Institute of Technology, USA) apresentou suas pesquisas e de outros colegas sobrecomportamento desobediente e opositor em crianças no espectro autista. Foram citadas algumas das estratégias descobertas em pesquisas cientificas que são mais eficazes para ensinar comportamentos que favoreçam comportamentos de cooperação com adultos e intervenções possíveis de serem implementadas nos casos em que o comportamento opositor já esta presente.
Dr . Roosevelt Starling (UFSJ, Instituto Aplicar, BRAZIL) discutiu o cenário dos tratamentos baseados em ABA no Brasile levantou suas preocupações com relação à qualidade dos serviços oferecidos e dos profissionais no país. Destaca que somos uma comunidade de prestadores de serviços ainda pequena e pouco organizada, sugere, portanto, a criação de uma certificação para os profissionais como as que já existem em outros países. Essa certificação, segundo ele, poderia dar e exigir melhorias na qualificação dos profissionais e dos poucos cursos que são oferecidos no país. Dr. Dickie C. T. Yu (St. Amant, University of Manitoba, CANADA) apresentou um teste chamado ABLA (Assessment of Basic Learning Abilities) usado para avaliar aprendizagens básicas de aprendizagem. Foram discutidos o histórico do teste e pesquisas recentes. O teste é composto de 6 níveis e, conforme os resultados de diversas pesquisas, ele tem sido um bom preditor das possibilidades de apresentar bons desempenhos em atividades semelhantes às exigidas em cada nível. Assim, o teste tem aplicabilidade clínica, pois permite antecipar esforços que serão necessários no tratamento, antecipar possíveis problemas de comportamento, selecionar instruções (ou prompts) adequados para ensinar e selecionar formas adequadas de avaliação de preferências (etapa fundamental na terapia baseada em ABA) entre outras coisas.
Palestras de 11/janeiro
RELATOS de HAYDÉE JACQUES e MARIE SCHENK:
A identificação de limites no comportamento verbal e capacidades de desenvolvimento, resultando no aceleramento da aprendizagem em geral , aprendizagem social e aquisição de reforçadores sociais em crianças com autismo (palestra de Douglas Greer)
O comportamento é uma resposta ao ambiente. Para se modificar um dado comportamento, o primeiro passo é analisar o ambiente em que ele se dá. Há necessidade de criar um ambiente que apoie o aprendizado de uma determinada criança.
Algumas funções chave do desenvolvimento do comportamento verbal (isto é, da linguagem como um todo e não só da fala), em crianças autistas, muitas vezes não existem. No momento em que essas falhas são identificadas e vão sendo trabalhadas, a criança ascende a um patamar mais sofisticado de aprendizado.
A medida em que a criança consegue entender a função do ouvinte e qual a função do emissor, ela se torna apta a aprender sem a necessidade de uma instrução direta. P.ex.: o pai diz que perdeu suas chaves e a criança sabe onde elas estão, e as busca e entrega sem um pedido ou ordem para tal ação.
Existem outros limites que são pré-verbais, mas são fundamentais para a criança vir a se tornar verbal. Ex.: prestar atenção à vozes, rostos, estímulos bi e tridimensionais, livros. Também a capacidade de imitar é importante.
Brian Iwata (University of Florida, USA) - Functional Analysis Approaches to Behavioral Assessment (II) Na segunda parte do seu workshop, Iwata destacou as três formas de avaliar a função de problemas comportamentais: análise funcional (experimental), análise descritiva (naturalística) e métodos indiretos (questionários e entrevistas). Foram apresentados dados sobre a confiabilidade de cada uma e suas limitações. Por fim, foi recomendada uma seqüência de aplicação das formas de avaliação apresentadas quando se fala da prestação de serviços, começando com a entrevista e uma das escalas ou questionários disponíveis, uma breve observação direta do comportamento e alguma forma de análise funcional experimental.
James Carr (Behavior Analyst Certification Board, USA) - The Role of Problem Solving in Teaching Complex Verbal Repertoires Dr. Carr apresentou pesquisas que buscam utilizar estratégias de "resolução de problemas" (sequencias de comportamentos para se chegar a uma resposta final mais complexa que seria pouco provável de ocorrer sem a seqüênciapara) para ensinar comportamento Intraverbal de categorização. As estratégias tradicionais algumas vezes podem produzir um repertório limitado e mecânico. O apresentador sugeriu uma combinação de procedimentos, tradicionais e de resolução de problemas para induzir desempenhos naturais. As pesquisas por enquanto se limitam a crianças típicas.
Thomas S. Higbee (Utah State University, USA) - Reinforcer identification for individuals with autism and related Na terapia baseada em ABA, selecionar reforçadores eficazes para o comportamento tem um papel essencial. Foram apresentadas diversas pesquisas que investigaram formas de avaliar a preferência por estímulos, sua eficácia, vantagens e desvantagens. A apresentação teve um formato de workshop, na qual foram disponibilizados diversos protocolos de avaliação de preferência e houve oportunidade para treinar a sua aplicação.
Brian Iwata (University of Florida, USA) - Functional Analysis Approaches to Behavioral Assessment (III) Na terceira parte do workshop, Dr. Iwata apresentou algumas formas de intervenção para comportamentos problema, como os auto-lesivos. Em geral, os procedimentos apresentados envolvem alterações nos antecedentes (contextos ou estímulos que aparecem antes de a resposta ocorrer) e nas consequências (condições que se alteram após a ocorrência da resposta), a depender do caso. É importante lembrar que as intervenções só devem ser feitas após uma Análise Funcional criteriosa. Dr. Iwata destacou também que quando se intervém para reduzir comportamento problema, é preciso planejar a retirada do procedimento gradativamente para que o comportamento problema não volte a ocorrer.
Caio Miguel (California State University – Sacramento, USA) - Research on Verbal Behavior and its Clinical Applications Dr. Caio Miguel, pesquisador brasileiro radicado nos EUA, apresentou diversas pesquisas sobre o Comportamento Verbal, destacando alguns aspectos teóricos e suas implicações e aplicações no trabalho com pessoas com autismo. Além de ter abordado alguns procedimentos para o ensino de comportamento verbal, comumente conhecido como habilidades de comunicação, Caio também abordou rapidamente os instrumentos e de avaliação de comportamento verbal e destacou a importância de que os profissionais utilizem procedimentos de ensino baseados em evidências científicas.
Thomas S. Higbee (Utah State University, USA) - Using Photographic Activity Schedules to Promote Independence in Children with Autism and Other Developmental Disabilities Dr. Higbee apresentou diversas possibilidades de aplicação para agendas de atividades que usam fotografias. As agendas de atividades podem ser úteis para promover a independência da criança em atividades de rotina, para ensinar comportamento de escolha e interação social e para ensinar planejamento. Também foram apresentados dados de pesquisas sobre o uso da agenda de atividades para promover o engajamento em atividades com pares e para ensinar brincadeiras como esconde-esconde.
Rebecca Mac Donald (New England Center for Children, USA) - Teaching Children with Autism Using Video Modeling Dr. Rebecca apresentou um procedimento chamado video modeling (modelagem em vídeo). A apresentadora citou algumas pesquisas que investigaram o uso desse procedimento para ensinar diversas habilidades como habilidades sociais, habilidades de auto-cuidado e independência, brincar de faz-de-conta sozinho ou com outras crianças. Em geral, o que se faz é primeiramente preparar um vídeo em que uma pessoa executa o comportamento que se quer ensinar, em seguida apresenta-se o vídeo para a criança e, por fim, é dada uma instrução para que a criança execute a ação como foi vista no vídeo. Com o passar dos treinos o processo de aprendizagem se torna natural, como qualquer criança pode aprender imitando outras pessoas. Pode ser um método eficaz de ensino, mas nem todas as crianças podem se beneficiar dele, apenas aquelas que apresentam como pré-requisito conseguir imitar ações ou ações com objetos de maneira atrasada, ou seja, algum tempo após ter visto a ação.
Thomas S. Higbee (Utah State University, USA) - Strategies for Promoting Spontaneous Language in Children with Autism and Related Disorders Dr. Higbee apresentou procedimentos capazes de produzir conversa recíproca espontânea e linguagem espontânea durante brincadeiras e para iniciá-las. No primeiro caso, o procedimento ensina a ter uma conversação recíproca com outra pessoa, alternando entre quem pergunta e quem responde. No segundo caso, as crianças são ensinadas a fazer comentários e pedidos durante jogos e brincadeiras; e no último caso, para iniciar uma brincadeira. Os resultados das pesquisas apresentadas indicam que após a retirada gradual do procedimento, as crianças permanecem fazendo os comentários e pedidos espontaneamente.
RELATO de HAYDÉE JACQUES e MARIE SCHENK:
Identificação de reforços para indivíduos com autismo e problemas associados a ele (palestra de dr. Thomas Higbee)
O workshop versou sobre os vários métodos existentes para se determinar quais seriam os melhores reforçadores usados para um dado indivíduo.
Além da acurácea do teste, a necessidade de repetição a cada sessão (aproximadamente) tornou relevante o tempo de duração do mesmo. Um tempo variando em 5 minutos é bastante aceitável.
O grau de dificuldade do examinador também deve ser observado, para um resultado fiel. Manipular muitos possíveis reforçadores ao mesmo tempo torna o procedimento consideravelmente mais difícil. O uso de rotinas com fotografias de atividades para promover a independência em crianças com autismo e outras deficiências de desenvolvimento (palestra de Thomas S Higbee) Muitas pessoas com autismo e síndromes relacionadas têm dificuldade em escolher, se manter ou mudar de atividade em um momento de escolha livre como no recesso escolar ou em casa. Muitos deles não conseguem interagir com materiais ou brinquedos de forma apropriada ou talvez fiquem na mesma atividade por um período muito longo de tempo. O uso de rotinas para atividades tem se mostrado eficiente para as transições independentes de uma atividade para outra. O objetivo primário em ensinar o uso da rotina de atividades é tirar a dependência e controle de um adulto dizendo ou lembrando a pessoa com autismo do que ela deve fazer como atividade seguinte implementando esta ferramenta que promove a independência nesse comportamento. Um outro objetivo que pode ser introduzido com esta ferramenta é colocar na rotina iniciar uma interação social, determinada e já ensinada. As atividades escolhidas para ensinar o uso desta rotina devem ser atividades que tenham começo e fim definidos, que a pessoa já saiba performar. Depois de estabelecido o uso constante e independente desta ferramenta, o uso da rotina de atividades, novas atividades podem ser incluídas. Como montar e ensinar o uso da rotina de atividades: Começar com cinco atividades, lembrando que devem ter começo e fim bem determinados e a última atividade deve ser a mais prazerosa, a mais reforçadora. Com o uso de uma pasta, colocar foto (ou figura) que representa a atividade e, no começo, guiar a pessoa a buscar o material necessário para executar a atividade, executá-la e depois guardar o material, checar a rotina virando a página para a próxima atividade repetindo o procedimento. Para fazer a indução de acerto, se necessário, sempre usar assistência física, por trás. Este tipo de indução de acerto é a mais fácil de eliminar. Não fale ou dê comandos à pessoa, repetir instruções é a indução de acerto mais difícil de ser eliminada, e particularmente para esta ferramenta que visa a independência fica contraproducente. É aconselhável que a ordem das atividades seja alterada na rotina porque existe a tendência desta população em decorar a rotina, e o objetivo é ensinar o uso da rotina visual e não a memorização de uma sequência de atividades. Não reforce com prêmios sociais durante o processo do uso da rotina visual, nem entre as atividades; pois o objetivo é a independência no uso da rotina. Se for necessário premiar a pessoa para que ela siga na corrente de atividades, faça com algo tangível e consumivel (como um pedacinho de biscoito) e entregue por trás da pessoa Caso seja necessário corrigir ou redirecionar a pessoa durante este procedimento, utilize a técnica de correção de sequência, que é voltar um passo na sequência e retomar com o nível de indução de acerto necessário para voltar a completar a sequência. Por exemplo, se a pessoa não guardou o material da atividade anterior e foi buscar o material da próxima atividade, redirecione induzindo que se repita a última ação antes de finalizar a tarefa anterior (a que o material não foi guardado) e daí faça a indução para que este material seja guardado e então a sequência da rotina pode ser continuada. Esta ferramenta também pode ser utilizada com atividades que requerem número de vezes ou um tempo determinado; para isso, é necessário que se ensine estes procedimentos antes. Esta rotina de atividades pode ser em conjunto com outra pessoa, com atividades que sejam necessárias duas pessoas para executá-las. As pessoas em questão devem saber a priori executar a atividade. Somente montar uma rotina de figuras NÃO é suficiente, é necessário que se ensine a usar esta rotina! Para o uso desta ferramenta a pessoa deve ter pré-requisitos, como identificar símbolos, as figuras que representam a atividade. Só reforçando que este é um resumo de uma pesquisa que analisou a eficácia da ferramenta em questão. A pesquisa pode ser acessada buscando o título "Using Photographic Activity Schedules to Promote Independence in Children with Autism and Other Developmental Disabilities”.
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