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PALAVRAS DA FONOAUDIÓLOGA E MÃE MARILUCE

Eu não vou mudar meu filho porque é autista; eu prefiro mudar o mundo, e fazer um mundo melhor; pois é mais fácil meu filho entender o mundo, do que o mundo entender meu filho.

ESTOU SEMPRE NA BUSCA DE CONHECIMENTOS PARA AJUDAR MEU FILHO E PACIENTES. NÃO SOU ADEPTA DE NENHUM MÉTODO ESPECÍFICO, POIS PREFIRO ACREDITAR NOS SINAIS QUE CADA CRIANÇA DEMONSTRA. O MAIS IMPORTANTE É DEIXÁ-LOS SEREM CRIANÇAS, ACEITAR E AMAR O JEITO DIFERENTE DE SER DE CADA UM, POIS AFINAL; CADA CASO É UM CASO E PRECISAMOS RESPEITAR ESSAS DIFERENÇAS. COMPARAÇÃO? NÃO FAÇO NENHUMA. ISSO É SOFRIMENTO. MEU FILHO É ÚNICO, ASSIM COMO CADA PACIENTE.
SEMPRE REPASSO PARA OS PAIS - INFORMAÇÕES, ESTRATÉGIAS, ACOMODAÇÕES E PEÇO GENTILMENTE QUE "ESTUDEM" E NÃO FIQUEM SE LUDIBRIANDO COM "ESTÓRIAS" FANTASIOSAS DA INTERNET. PREFIRO VIVER O DIA APÓS DIA COM A CERTEZA DE QUE FAÇO O MELHOR PARA MEU FILHO E PACIENTES E QUE POSSO CONTAR COM OS MELHORES TERAPEUTAS - OS PAIS.

Por Mariluce Caetano Barbosa




COMO DEVO LIDAR COM MEU FILHO AUTISTA?

Comece por você, se reeduque, pois daqui pra frente seu mundo será totalmente diferente de tudo o que conheceu até agora. Se reeducar quer dizer: fale pouco, frases curtas e claras; aprenda a gostar de musicas que antes não ouviria; aprenda a ceder, sem se entregar; esqueça os preconceitos, seus ou dos outros, transcenda a coisas tão pequenas. Aprenda a ouvir sem que seja necessário palavras; aprenda a dar carinho sem esperar reciprocidade; aprenda a enxergar beleza onde ninguém vê coisa alguma; aprenda a valorizar os mínimos gestos. Aprenda a ser tradutora desse mundo tão caótico para ele, e você também terá de aprender a traduzir sentimentos, um exemplo disso: "nossa, meu filho tá tão agressivo", tradução: ele se sente frustrado e não sabe lidar com isso, ou está triste, ou apenas não sabe te dizer que ele não quer mais te ver chorando por ele.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Interação sensorial para Autistas

Interação sensorial
Pessoas com Autismo freqüentemente têm dificuldades sensoriais. Eles podem ter
hiper ou hipoatividade sem a habilidade de integrar a ação ao
sentido.
A integração social normalmente é feita por um terapeuta ocupacional, fisioterapeuta ou fonoaudiólogo, com o objetivo de sensibilizar o autista e ajudá-lo
a reconhecer as informações sensoriais. Por exemplo, se o autista
tiver dificuldades com o sentido do toque, a terapia deve incluir
vários materiais com diferentes texturas. Temple Grandin, que é
autista, criou uma "Squeeze Machine" (máquina do aperto) com pressão
profunda, "deep pressure", para ajudá-la a tolerar o toque de outras
pessoas.
A Doutora A. Jean Ayres, terapeuta ocupacional, desenvolveu um
programa de tratamento chamado "Sensory Integration Therapy" (terapia
de integração sensorial), atualmente bastante usado com autistas nos
Estados Unidos. A Dra. Ayres começou a trabalhar com indivíduos com
dificuldade de aprendizagem e o método foi generalizado para todas as
pessoas que tivessem dificuldades com integração sensorial.
A população normal desenvolve a integração sensorial naturalmente,
brincando, movimentando-se naturalmente no ambiente, enquanto que as
pessoas com disfunção de interação sensorial não conseguem processar
as sensações relacionadas com suas atividades. Como conseqüência
estes indivíduos não conseguem desenvolver e ajustar as respostas que
o cérebro organiza. Terapeutas com treinamento em integração
sensorial podem diagnosticar como o individuo está processando essa
integração e desenvolver para ele um ambiente que lhe permita
interagir com mais afetividade.
O terapeuta orienta a pessoa na escolha de atividades que ajudarão no
desenvolvimento do cérebro. Uma vez que se inicia a terapia de
integração sensorial as atividades a ela correlacionadas deveriam ser
acompanhadas e compartilhadas no dia a dia pela família, pela escola
e pelas outras pessoas que participem da vida daquele individuo.
Uma das propostas dessas atividades é organizar o que o individuo
está recebendo de várias fontes sensoriais e facilitar o
desenvolvimento de funções de interação "A habilidade de organizar as
sensações vindas do corpo e para dar uma resposta adequada para elas,
ajuda o cérebro a organizar outras funções" ( ).



Algumas Atividades Recomendadas:

terapia com escova
Esta terapia usa uma escova pequena e macia para escovar as costas,
braços, mãos, pernas e pés (não escove a barriga) do individuo com
disfunção sensorial por 3 a 5 minutos. Essa operação deverá ser
executada a cada 90 minutos ou de 2 a 2 horas. Esta técnica pode
acalmar e, em alguns casos, alertar o sistema sensorial.
ATENÇÃO: Se a terapia da escova não for feita corretamente poderá ter
um efeito negativo. Tanto a escova como o ato de escovar deverão ser
apropriados para evitar efeitos prejudiciais.

(terapia de pressão profunda)
Atividades que podem oferecer profunda pressão são: pular em uma cama
elástica, "sanduíche" (colocar o individuo entre dois colchões),
pular em uma grande bola de terapia, algumas atividades marciais,
alguns exercícios de balé, pular, abraço bem forte, colete com pesos.

 Dieta Sensorial
A "Dieta Sensorial" é baseada na idéia de que cada indivíduo
necessita uma certa quantidade de atividades e sensações para ser
efetivamente alerta, atento, adaptável e habilidoso. Cada indivíduo
tem sua necessidade específica de requisitos nutricionais para
desenvolver e manter um nível de funcionamento adequado de seu corpo
e mente.
As atividades ajudam as pessoas com distorção na percepção sensorial
e processamento dos sentimentos diminuindo o nível de excitação por
algum tempo e podem também oferecer o aumento da concentração e da
estimulação sensorial.

RECOMENDAÇÕES:

Reconhecer quando a pessoa está exibindo a necessidade de
estimulação sensorial.
Evitar sobrecarregar - Use a reação do individuo para tomar
as decisões sobre quando as atividades sensoriais devem ser feitas e
quanto tempo que elas devem durar.
Implementar as atividades sensoriais no cotidiano (como parte
das ações diárias).
Incorporar reforços dentro das atividades diárias da criança.
Usar técnicas de estímulo antes das tarefas cognitivas e de
linguagem. O aumento de estímulo pode facilitar o desenvolvimento e
ampliação da linguagem.
Providenciar atividades que produzam estimulação sensorial e
que serão aplicadas quando a pessoa demonstrar a necessidade interna
de concentração e estimulação dos sentidos para desempenhar uma
atividade especifica.
Terminada a atividade de estímulo, substituí-la por uma
atividade calma.
Providenciar uma área tranqüila que seja definida com limites
e permita ao indivíduo trabalhar e ganhar reforços para seus sentidos.

estimulação oral
Bebês exploram o mundo colocando objetos na boca. Esta ação satisfaz
a necessidade de estimulação oral que eles têm e dependerá da
necessidade sensorial de cada criança.
Pessoas com disfunção motora oral necessitam usar a boca para muitos
propósitos. Exemplo: adultos que têm a mania de mastigar a tampa da
caneta.
Para aumentar a estimulação oral podem ser adotadas algumas
atividades para acalmar e organizar o corpo e suas funções como, por
exemplo, chupar, apitar, assobiar; assoprar bola de ping-pong ou
algodão pela mesa, assoprar bolinha de sabão; tomar iogurte com polpa
de frutas com canudo (que tenha dificuldade em chupar), por exemplo.
Esse esforço acalma.
Outras atividades:
1 Assoprar, ajuda a desenvolver a respiração adequada
importante para fala.
2 Mastigar ajuda a organizar o cérebro.
3 Mastigar ruidosamente comidas como pipoca, cenoura, aipo e
outros vegetais crus, ajuda a alertar.
Se o individuo não responder bem às técnicas de intervenção sensorial
suspenda as atividades.
A superestimulação pode acontecer causada por:
a) ambiente ou fatores fisiológicos como luz, barulho, temperatura,
cheiro, toque, fome, doença etc.
b) pessoas (número de pessoas, atividades, movimento, pessoas
específicas suas características como voz, tipo de interação).
c) demanda de tarefas, número grande de passos em tarefas,
dificuldades para realizar determinadas ações, tédio com a atividade,
número de atividades simultâneas, grau de abstração exigido pela
tarefa.
É melhor se ter uma área para o individuo ficar sozinho. A idéia é
que, com o tempo, a pessoa reconheça os sinais de agitação e que
possa ir sozinha a esse lugar para se acalmar. No processo de
aprender esta estratégia de se controlar a criança vai necessitar de
atenção "prompting" de outras pessoas para ir a esta área.

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